quarta-feira, 9 de junho de 2010

Esperança.

Entre eu e ela havia o aroma do café,
A espera por algo que trouxesse um movimento na direção certa.
Flores em guardanapo de papel,
Levemente umedecidos pelas lágrimas daquela mulata lutadora.
E ela não se permitia desistir,
E a impotência lhe tirou a dignidade.
Tirou-lhe tudo em que um dia ela já acreditou.
E me perguntei quanto tempo demoraria pra ela levantar a cabeça,
E recomeçar a lutar.
Quem desiste um pouco de si pelos outros desde pequena
Não consegue desistir da única centelha de orgulho que ainda lhe resta.
Fernanda Mallmann - 09/06/2010

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Let it shine



'This little light of mine,
I'm gonna let it shine.'


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Vazio não é oco.



' E um dia então,
ela resolveu escrever no muro.
Não porque queria chamar a atenção,
mas pelo fato de que uma folha de papel não daria conta do recado.
E escrevia com letras tão pequenas
que seria impossível lê-las de longe.
Pequenas, porque era o necessário para tentar se esvaziar um pouco.
Nem metade cheia, nem metade vazia.
Apenas o suficiente pra recompor-se, repor-se de si mesma.'



quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Mais um trago.



'Se somente eu pudesse abrir os olhos
E tocar o céu.
Transbordaria novamente,
somente para perceber
que meus pulmões nunca estão cheios demais,
que meu coração nunca bate forte demais,
que há sempre aqui mais um espaço
pra o que quer que seja que me compõe, me consome.'




segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Volúvel.




'E sou sempre assim, inconstante

Te queria aqui, sempre comigo

Mas gosto do meu espaço

De estar só comigo mesma.

Não quero que invada minha redoma.

Mas te quero aqui, sempre.'




segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Voar. E andar.




' Vou andar,
vou voar pra ver o mundo.
Nem que eu bebesse o mar,
encheria o que eu tenho de fundo.'




terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Meu hoje embaralhado.


Já vi tanto disso. Senti isso tantas vezes. Muitas vezes com razão, com embasamentos. Mas hoje, hoje é só manha. Aquela vontade louca de gritar: OI! ME DÁ ATENÇÃO, POR FAVOR? E então a gente lembra que atenção não se barganha nem implora. Principalmente quando é você que está carente e não existe nada de errado no modo de tratar da outra pessoa. Mas lá está você de novo. Gritando, pedindo, implorando. Até se dar conta de que nada disso faz sentido, porque quando você a recebe, às vezes, com muito custo, decide que não era assim que queria. Não estava bom. Nunca está, OH bicho-problema-mulher. E depois, com passar dos anos, foi inventada a TPM. Ok, desculpe, fugi do assunto e do propósito, mas de novo, é só porque você está instável, largada aos seus próprios instintos. E nem sempre isso dá em boa coisa. Mas por hoje, tudo o que faço com essa incoerência arraigada é escrever a você, que provavelmente vai ler e dizer: ih, essa hoje acordou fora da casinha. Whatever, de qualquer forma, está escrito. Divirta-se. E não barganhe atenção. (A não ser que seja pra uma daquelas pessoas-bichos-completadores-de-ti, porque daí...bem, não tem problema).

Fernanda Mallmann – 22.12.09