terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Meu hoje embaralhado.


Já vi tanto disso. Senti isso tantas vezes. Muitas vezes com razão, com embasamentos. Mas hoje, hoje é só manha. Aquela vontade louca de gritar: OI! ME DÁ ATENÇÃO, POR FAVOR? E então a gente lembra que atenção não se barganha nem implora. Principalmente quando é você que está carente e não existe nada de errado no modo de tratar da outra pessoa. Mas lá está você de novo. Gritando, pedindo, implorando. Até se dar conta de que nada disso faz sentido, porque quando você a recebe, às vezes, com muito custo, decide que não era assim que queria. Não estava bom. Nunca está, OH bicho-problema-mulher. E depois, com passar dos anos, foi inventada a TPM. Ok, desculpe, fugi do assunto e do propósito, mas de novo, é só porque você está instável, largada aos seus próprios instintos. E nem sempre isso dá em boa coisa. Mas por hoje, tudo o que faço com essa incoerência arraigada é escrever a você, que provavelmente vai ler e dizer: ih, essa hoje acordou fora da casinha. Whatever, de qualquer forma, está escrito. Divirta-se. E não barganhe atenção. (A não ser que seja pra uma daquelas pessoas-bichos-completadores-de-ti, porque daí...bem, não tem problema).

Fernanda Mallmann – 22.12.09


sábado, 14 de novembro de 2009

Fundo sem fim.


Fazia muito tempo desde que não olhava. Muito tempo.

E realmente muito tempo que não percebia o quanto tanto faz.

O quanto já me esgotei por isso.

Posso até me importar, mas no fundo mesmo, só o que resta é aquele vazio oco. Com cheiro de mofo, som de abandono.

Só o que sinto é uma falta de presença que não me traz saudade.

Talvez algumas lembranças embaralhadas, aleatórias.

Nada mais, porém.

Você realmente conseguiu cavar cada pedaço, e retirar-se de cada espaço.

Parabéns.

Tudo o que permanece é um fundo sem fim.

Fernanda Mallmann – 14/11/09


terça-feira, 10 de novembro de 2009

Moderno e antigo.

-


Uma erupção de tudo. É só o que sinto.
Já não sei mais onde foi que isso tudo começou.
E na verdade, agora já não faz mais diferença.
Porque o que gerou desse começo desavisado e indefinido
É o que me faz borbulhar.
É exatamente o que aquece o coração.
E me move.
Persegue-me com passos largos.
Clichês baratos que às vezes me consomem.
E me explicam.
Mas não me completam, então, talvez eu esteja salva.
Orgulhosa por você não ser aquele meu clichê barato,
Centelha esvoaçante.
E sim, aquele que grava na pele.
Não do tipo que dói e vira cicatriz.
Mas daquele que simplesmente permanece.
E que só ganha beleza com o tempo.
Meu orgulho. Minha prece de erupção.


Fernanda Mallmann – 10/11/09


"Os ninhos são feitos no olhar."

http://epifaniasdeummenino.blogspot.com/

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Prisão.

Sim. Sim, eu sei. É loucura. Insanidade. Se jogar de um precipício e rezar pra não morrer. Ouvir um pedido de socorro e manter-se imóvel, inativo. Chorar desesperadamente e não secar as lágrimas. Tomar banho de sol sem usar protetor. Querer-te. E ainda assim, apesar de todas as coisas, infortúnios, passados e todas as lágrimas que sei que vão ser derramadas, toda a ira que provoco, não sei fazer coisa outra. Só rodar em círculos, temendo que toda essa confusão não dê certo. Que eu estrague uma das coisas mais bonitas que já construí. Sendo eu quem sou, porém,sei que apesar de todas essas forças contrárias, vou tentar, acreditando na beleza disso tudo, e rezando, com todas as minhas forças e preces, pra que dê certo. Eu e Ti. Tu e mim.


Fernanda Mallmann - 14/10

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Meio-começo-fim.

“O começo. É nele que reside minha dificuldade. Entendê-lo, enxergá-lo. Sempre penso nele, visualizo o mentalmente. E quando pego a caneta, ele insiste em esconder-se em algum lugar nessa mente vaga. O meio, entretanto, é como um vidro translúcido e espelhado, um amigo tão próximo que ás vezes me confunde comigo. É aí que me lembro dele. Ele é como o meio. Se funde a mim, me esmiúça. Com o tempo, me esmagou, retalhou aos pedaços, rasgando sem piedade essa carne toda. Me odeio, te odeio e odeia. E me apego, te seguro e me seguro. Meu porto seguro inundado numa tempestade voraz e sem compaixão. E me pergunto se é tudo isso mesmo ou se é só o frio e o pacote de melancolia que o acompanha. Já não sei mais, porque daqui onde estou, o fim é só uma fumaça sem forma, cheiro ou cor.”

Fernanda Mallmann – 29/09/09

domingo, 13 de setembro de 2009

Insistência.

“E como sempre, me perco e me encontro, me entendo e confundo, enxergo e apago. Tanto a ser feito, mas ainda assim, tanto que já cumpri. Tantas voltas, perguntas e variações, girando na minha redoma de vidro, na bolha inatingível sobre a qual sonhávamos e temíamos ao mesmo tempo. E ainda assim, não recolhi minhas cartas, não desisti desse jogo injusto, onde meu par está sempre em cima do muro, decidindo se vale a pena, enquanto já fui e voltei. E por mais que não haja um tempo certo, estipulado pra que tudo isso passe, só sinto que devo tentar de novo e de novo. Porque enquanto ainda houver algo de bom, nem que seja um minúscula faísca de alegria que desperte, apesar de toda a melancolia sempre presente, eu sei que jogo continua. Uns dizem que eu sempre perco, mas talvez, só seja preciso um pouco de experiência pra desenvolver alguma tática.”


Fernanda Mallmann

2009-09-13

sábado, 15 de agosto de 2009

_________

“Sem querer, às vezes, trago em mim a nossa lembrança.

E me parece que, realmente, tudo está preso aqui,

Que será impossível deixar ir embora, me desapegar.

E por mais incrível que pareça e mais improvável que eu gostaria que fosse,

Tem dias que não quero nada disso.

Mas já cansei de ver o quanto às vezes sinto falta

Daquela presença, do carinho, da impressão de que tudo ainda está lá.

Aquela falsa e errônea impressão de que tudo não passou de um sonho

E de que eu não sofri tudo o que sofri por uma mentira.

Mas por mais que eu queira,

Quando fecho os olhos e penso em todas aquelas pessoas

Que me fazem me sentir eu mesma,

Não encontro você em nenhuma esquina, em nenhum pensamento.

Não que isso seja algo ruim ou até que me surpreenda,

É só que talvez eu quisesse lembrar que não foi assim, tão efêmero.”

Fernanda Mallmann

­­­­­­­­­­_________

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Rasgadas em silêncio

“O maior problema de ter a mente vazia

É vê-la preenchendo-se com todos aqueles pensamentos desavisados

Cuja única utilidade é instaurar o caos.

Milhares de palavras soltas, perdidas;

Lembranças rasgadas, roupas sujas de alguma coisa que não volta mais.

Não volta mais.

Só volta pra beliscar como uma pinça as feridas há poucas feitas,

Sangrando em silêncio.

E o mais incrível é que há silêncio.

Nem mesmo o soluço incessante o afeta.

Afinal, como é possível escutar quando se está no vácuo?”


Fernanda Mallmann

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Sem título.

Muitas pessoas acreditam que devemos seguir a vida do modo como elas vêem ser certo e que temos a obrigação de seguir a risca tudo aquilo em que acreditam. A verdade é que não se trata exatamente disso, mas do que é feita a vida.
E se trata de errar, se enganar, ser feliz, buscar o melhor, ser egoísta de vez em quando, magoar os outros, arriscar, ficar cego, pular de olhos fechados, ser irresponsável, rir de coisas estúpidas, se arrepender, querer fazer o tempo voltar.
Mas ele não volta e, portanto, não adianta chorar por aquilo que não se pode mudar.
O que podemos tentar é sermos melhor a cada dia, aprender a olhar mais pro lado quando formos ajudar os outros e mais pro nosso umbigo quando formos julgar alguém.
Gostaria de poder dizer que nunca machuquei ninguém seriamente, que nunca fui vilã na história de vida de alguém, mas sempre existe um. Assim como existem os vilões na minha história de vida, eu também sou vilã na vida de alguns. E não há nada que faça isso mudar, porque precisamos de alguém pra ser carrasco, pra explicar um pouco dos nossos erros, pra justificar erroneamente aquilo em que não acertamos. Mas como aquele foi pior ou mais errado que eu, eu julgo, eu aponto e paro de analisar quem eu realmente sou e o que realmente fiz. É mais fácil passar o fardo adiante e continuar estagnado, sendo o mesmo medíocre de sempre.
Aprendo a cada dia que não se analisa uma situação assertivamente se eu continuar a julgar, porque deixo de ser observador. Quem me dera conseguir ser só observadora, mas sou um ser humano e julgo sim. Certo ou errado. E muitos também me julgam por eu julgar. Seja lá aonde isso realmente chega e quantas pessoas machuca.
Mas no fim, estamos todos tentando ser felizes, cada qual do seu jeito, e tentando mostrar aos outros que os nossos defeitos não são tão ruins assim, ao invés de tentarmos nós mesmos, com iniciativa própria, nos tornarmos quem realmente queremos ser.
Por isso:
 “Plante seu jardim, e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores”.



Fernanda Mallmann

sexta-feira, 20 de março de 2009

Silêncio

"Uma pena cai no chão.
Até isso é possível ouvir.
Um bebê chorando ao longe.
Mas aqui, só o silêncio.

Um avião pode cair,
Um desesperado implorar por socorro,
Um acidente acontecer do outro lado da rua,
Mas ainda assim, há o silêncio.

Não que haja escolha.
Obrigada, imposta.
E a surdez permanece.
Para outros sentidos
É como se houvessem amarras nas mãos,
Panos na boca e lacres na alma.

E o silêncio.
Para uma pessoa assim
O paraíso é a poluição sonora."


Fernanda Mallmann.

domingo, 15 de março de 2009

Metade

"Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
Mas a outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é a platéia
A outra metade é a canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também."


Oswaldo Montenegro.


"..But you know it's true, everything I do, I do it for you..."

Everything I do - Bryan Adams

segunda-feira, 9 de março de 2009

Torpor

"Quando eu saio para a noite,
Observo o luar. E dói.
Porque ele representa exatamente o motivo de minha fuga.
Ele mostra o quão patética eu consigo ser.
Mostra esse coração que tem dois donos.

E por mais que essa dor me consuma,
Parece simplesmente impossível extravasar.
E me sinto quase num torpor infindável.
E dói.

Dói por saber que, no final,
Alguém vai sofrer.
E que esse sofrimento não vai ser só meu.

É como se estivesse impregnado.
Forte demais pra sair.
E dói.

Mas por enquanto a dor é só minha.
E às vezes acho que prefiro ser essa tola dividida,
A obrigar um desses donos a chorar por mim."




Fernanda Mallmann

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

“Desabafo”

Hoje, como vocês virão a perceber, eu vou fazer uma diferente abordagem para um assunto de que eu gostei especialmente quando me veio a mente há pouco minutos atrás.

Estive pensando no modo como enxergo a vida, no modo como me relaciono com ela, especificamente, e percebi com certo orgulho e satisfação que a minha relação com ela é de certa ingenuidade. Não completa, o que pude constatar com alívio, mas o suficiente para poder afirmar que reajo com surpresa à situações de crueldade.

Quando me refiro a essa ingenuidade, percebo que é no sentido de que quando me relaciono com as pessoas à minha volta, eu tento passar a elas tanta felicidade quanto for possível, ao invés de usar de pessimismos para apagar seus sonhos ou fazê-las infeliz. Não posso negar que carrego sim um pouco desse pessimismo, mas não deixo que este se torne uma erva daninha capaz de preencher meu coração.

E com todos esses pensamentos embaralhados e provavelmente desordenados àqueles que lêem, eu cheguei a uma conclusão: de amo hoje a Vida mais do que amei ontem e bem menos do que amarei amanhã (lembrando que a morte não é a ausência de vida e, sim, um processo importante dentro desta).

Então, para terminar, deixo uma mensagem com que William P. Young nos privilegiou em seu livro “A Cabana”.

Agradeço especialmente a “... todos nós, falhos, que acreditamos que o Amor governa. Levantemos-nos e deixemos que ele brilhe”.



Fernanda Mallmann.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

.....

"Solidão

O mundo gira
E eu te espero
O tempo voa
Mas parece que os meus pensamentos não conseguem divergir
Só tem você aqui
E eu me pergunto
O que é que houve
Que tipo de tristeza te abateu
Qual é a causa de tamanha decepção

Milhares de perguntas sem resposta
Milhares de minutos de silencio
Na espera de que você fale comigo

De que eu possa ouvir a sua voz
E sentir o seu carinho
Nem que seja uma ultima vez
Nem que seja só pra ter na memória eterna
Você ao meu lado
Nem que seja na nossa ilusão diária
Nem que seja só na minha imaginação."


Fernanda Mallmann

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

When you love someone - Bryan Adams.

When you love someone you'll do anything
You'll do all the crazy things
That you can't explain
You'll shoot the moon, put out the sun
When you love someone

You'll deny the truth, believe a lie
There'll be times that you'll believe
That you can really fly
But your lonely nights have just begun
When you love someone

When you love someone, you'll feel it deep inside
And nothing else can ever change your mind
When you want someone
When you need someone
When you love someone...

When you love someone you'll sacrifice
You'd give it everything you got
And you won't think twice
You'd risk it all, no matter what may come
When you love someone
You'll shoot the moon, put out the sun
When you love someone

-

Tradução:

Quando Você Amar Alguém

Quando você amar alguém
Você fará qualquer coisa
Você fará todas as coisas loucas que você não pode explicar
Você atirará na lua e apagará o sol
Quando você amar alguém
Você negará a verdade e acreditará numa mentira
Haverá tempos que você acreditará que realmente pode voar
Mas suas noites solitárias, apenas começaram
Quando você amar alguém
Você sentirá isto bem fundo
E nada mais poderá mudar seu pensamento
Quando você quer alguém, quando você precisar de alguém
Quando você amar alguém...
Quando você amar alguém, você se sacrificará
Você daria tudo isto que você adquiriu e você não pensará duas vezes
Você arriscaria tudo não importa o que pode vir
Quando você amar alguém
Você atirará na lua e apagará o sol
Quando você amar alguém.