sábado, 14 de novembro de 2009

Fundo sem fim.


Fazia muito tempo desde que não olhava. Muito tempo.

E realmente muito tempo que não percebia o quanto tanto faz.

O quanto já me esgotei por isso.

Posso até me importar, mas no fundo mesmo, só o que resta é aquele vazio oco. Com cheiro de mofo, som de abandono.

Só o que sinto é uma falta de presença que não me traz saudade.

Talvez algumas lembranças embaralhadas, aleatórias.

Nada mais, porém.

Você realmente conseguiu cavar cada pedaço, e retirar-se de cada espaço.

Parabéns.

Tudo o que permanece é um fundo sem fim.

Fernanda Mallmann – 14/11/09


terça-feira, 10 de novembro de 2009

Moderno e antigo.

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Uma erupção de tudo. É só o que sinto.
Já não sei mais onde foi que isso tudo começou.
E na verdade, agora já não faz mais diferença.
Porque o que gerou desse começo desavisado e indefinido
É o que me faz borbulhar.
É exatamente o que aquece o coração.
E me move.
Persegue-me com passos largos.
Clichês baratos que às vezes me consomem.
E me explicam.
Mas não me completam, então, talvez eu esteja salva.
Orgulhosa por você não ser aquele meu clichê barato,
Centelha esvoaçante.
E sim, aquele que grava na pele.
Não do tipo que dói e vira cicatriz.
Mas daquele que simplesmente permanece.
E que só ganha beleza com o tempo.
Meu orgulho. Minha prece de erupção.


Fernanda Mallmann – 10/11/09


"Os ninhos são feitos no olhar."

http://epifaniasdeummenino.blogspot.com/