sábado, 30 de agosto de 2008

Abertura.

aÀqueles que já sabiam da vinda deste, espero que gostem.

Àqueles que tomaram conhecimentos apenas quando já o existia, obrigada por virem apreciá-lo.

Um poema pra começar:

"
A falta que ama
Entre areia, sol e grama
o que se esquiva se dá,
enquanto a falta que ama
procura alguém que não há.

Está coberto de terra,
forrado de esquecimento.
Onde a vista mais se aferra,
a dália é toda cimento.

A transparência da hora
corrói ângulos obscuros:
cantiga que não implora
nem ri, patinando muros.

Já nem se escuta a poeira
que o gesto espalha no chão.
A vida conta-se inteira,
em letras de conclusão.

Por que é que revoa à toa
o pensamento, na luz?
E por que nunca se escoa
o tempo, chaga sem pus?

O inseto petrificado
na concha ardente do dia
une o tédio do passado
a uma futura energia.

No solo vira semente?
Vai tudo recomeçar?
É falta ou ele que sente
o sonho do verbo amar?
Autor: Carlos Drummond de Andrade


Espero que tenham gostado, e até qualquer dia. =]