terça-feira, 29 de setembro de 2009

Meio-começo-fim.

“O começo. É nele que reside minha dificuldade. Entendê-lo, enxergá-lo. Sempre penso nele, visualizo o mentalmente. E quando pego a caneta, ele insiste em esconder-se em algum lugar nessa mente vaga. O meio, entretanto, é como um vidro translúcido e espelhado, um amigo tão próximo que ás vezes me confunde comigo. É aí que me lembro dele. Ele é como o meio. Se funde a mim, me esmiúça. Com o tempo, me esmagou, retalhou aos pedaços, rasgando sem piedade essa carne toda. Me odeio, te odeio e odeia. E me apego, te seguro e me seguro. Meu porto seguro inundado numa tempestade voraz e sem compaixão. E me pergunto se é tudo isso mesmo ou se é só o frio e o pacote de melancolia que o acompanha. Já não sei mais, porque daqui onde estou, o fim é só uma fumaça sem forma, cheiro ou cor.”

Fernanda Mallmann – 29/09/09

2 comentários:

Unknown disse...

Linda! ;*

- disse...

-
Vem, me dá a mão.
A gente descobre o começo,
Atravessa o meio
E cria nosso próprio final.
Vem, me dá a mão.
teamo.